O que impede o corpo humano de viver para sempre
- headlinebrnews
- 7 de out. de 2024
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Descobertas de Leonard Hayflick revolucionam a biologia celular

Leonard Hayflick, renomado cientista que faleceu em agosto de 2024 aos 96 anos, fez uma descoberta revolucionária no início dos anos 1960. Em parceria com Paul Moorhead, Hayflick revelou que as células humanas possuem um limite de divisões, conhecido como “limite de Hayflick”. Esse fenômeno ocorre após as células se dividirem entre 40 e 60 vezes, entrando em uma fase chamada senescência e, eventualmente, morrendo.
Antes das descobertas de Hayflick, a crença predominante entre os cientistas era que as células poderiam se dividir indefinidamente. Essa ideia foi reforçada pelo trabalho do laureado com o Nobel, Alexis Carrel, que alegava ter cultivado células que se dividiam por décadas sem sinais de declínio. No entanto, estudos posteriores sugerem que as células de Carrel foram reabastecidas secretamente, invalidando suas conclusões.
A pesquisa de Hayflick trouxe à tona um enigma intrigante: como as células sabem quantas vezes se dividiram? A resposta, descoberta décadas depois, reside nos telômeros, sequências de DNA nas extremidades dos cromossomos. Cada vez que uma célula se divide, os telômeros encurtam, até que a célula não possa mais se dividir.
A senescência celular não afeta apenas as células individuais, mas também tem implicações para o envelhecimento dos órgãos e, consequentemente, do corpo humano. À medida que as células param de se dividir, os órgãos começam a falhar, levando à morte inevitável do organismo. Esse processo natural de envelhecimento coloca um limite na longevidade humana, estimado por Hayflick em cerca de 125 anos.
Apesar dos avanços na biotecnologia e na medicina, a restauração das células ao seu estado jovem ainda é uma tecnologia que não foi inventada. Pesquisadores continuam a explorar maneiras de prolongar a vida celular e, por extensão, a vida humana, mas os desafios são imensos. A manipulação dos telômeros, por exemplo, pode aumentar o risco de câncer, uma vez que células com telômeros longos podem se dividir indefinidamente.
O legado de Hayflick permanece como um marco na biologia celular, desafiando cientistas a entender melhor os mecanismos do envelhecimento e a buscar soluções para prolongar a vida humana. Embora a imortalidade ainda esteja fora de alcance, cada descoberta nos aproxima um pouco mais de desvendar os mistérios da vida e da morte.
Em última análise, a busca pela imortalidade continua a ser um dos maiores desafios da ciência moderna. Enquanto isso, a compreensão dos limites biológicos do corpo humano nos ajuda a valorizar a vida e a buscar maneiras de viver de forma mais saudável e plena.
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